terça-feira, 25 de julho de 2017

Weekend at Bernie's

 Boas,

 Tenho andado um pouco "morto" por estes lados, entre a sobrecarga de trabalho devido á época alta de verão, idas ao gim para recuperar a forma perdida, ( já lá iam quase nove anos que o tinha deixado), o tempo e inspiração têm sido pouco ou nenhum e também vir aqui aborrecer-vos, não é propriamente a minha ideia de um blog.
 Depois desta introdução/justificação, venho falar-vos do que realmente me trás cá hoje - os clientes defuntos.
 Calma... não estou a falar de alguém que tenha falecido, mas sim de algumas pessoas que parecem falecidas ou prestes a falecer quando entram numa loja.
 Sim, é que já vos falei aqui de N tipo de clientes, desde os mais parvos. aos mais alienígenas, mas dos que parecem falecidos...calma lá!
 Salvaguardo que não falo do tipico Zombie, do género White Walker, ou Resident Evil, que foram contagiados e deambulam agora num estado que nem é carne, nem é peixe.
 Falo-vos de alguém, que o aspecto aparenta ter sido ferrado pela a mosca Zsé-Zsé, ou então que levou um penso na fuça tão bem aplicado, que parece que o coma será a sua menor preocupação.



 Parecem-se muito com o Bernie de "Fim de semana com o morto", mortos mas com um look extremamente vivaço e responsivo.
 No filme Bernie é um ricaço que falece e proporciona a dois jovens o fim de semana das suas vidas. Na vida real, os Bernies, são geralmente senhores ou senhoras já com alguma idade, que vêm acompanhar os familiares nas compras e se fingem de falecidos, para que, quem os acompanha, não os chateie com perguntas do género, " Que tal? Fica-me bem?Gostas? Esta cor está bem? Usavas?Achas caro?Compro? Enfim, um sem numero de perguntas de resposta óbvia, mas que, de facto, após quatro horas de shopping e serem repetidas pela quinquagésima vez, dá a vontade de um tipo se fingir de morto. A mim, pelo menos, que sou um mero assistente de bancada, ás vezes também fico com sindrome de morte cerebral... mas esse já é assunto para outro post  

terça-feira, 18 de julho de 2017

Apollo 13

 Boas,

 Não tenho partilhado momentos convosco tanto como queria, mas o trabalho na época de verão, dá-me água pela barba, que se fosse salgada, até nem fazia mossa, pois significava que o mar estaria calmo. A questão é que a partir de dia um de Julho, surgiram os primeiros clientes que voltam a casa de férias, que normalmente se chamam Jean Michel, ou Nathalie, se bem que já começamos a ver alguns Fritz.
 Temos então que, estes turistas têm todos uma coisa em comum e não, não são labregos (subsistem alguns é certo, mas para encontrar um labrego não é preciso esperar pelas férias do verão, basta ir a um shopping ao Domingo), o que eles têm, todos em comum são duas coisas:
 -Em primeiro lugar são uma catrafiada deles para escolher e opinar sobre o artigo que apenas um deles vai comprar e que, depois, motivados pela primeira compra, desatam todos a comprar também.
 - Em segundo, falam, falam muito, pelos cotovelos e alto, muito alto, tão alto que por momentos pensei que me tinha entrado um fogueteiro do Sr de Matosinhos e disparado uma salva de morteiros na loja.


 Até aqui tudo bem, cansativo, mas lucrativo, por isso, tudo bem, o difícil, é quando temos uma missão para cumprir, para a qual temos tudo planejado, sabemos o que esperamos, mas o incrível e inesperado acontece.
 É como em Apollo 13, tudo para ser a cereja no topo do bolo de uma bem sucedida série de viagens e de repente, tau - "Houston, we have a problem!" - foi mesmo! Um dia normal, muito atarefado, com emigrantes e não só, boas vendas e de repente, alguém resolve fazer da tua loja um WC, literalmernte.
 Desta aposto que nem o Tom Hanks sabia como calcular o vector para sair dali com um sorriso nos lábios.
 Como é que é possível, que em pleno séc XXI, me entre um puto na loja para soltar o penedo? Fonix! Com dezassete mil casas de banho no shopping escolhe uma loja?!? O que é que tu fazes quando isso acontece? Tipo "Olhe precisa de papel?"Quer que ponha a musica mais baixa?""Não se importa que vá buscar um paralelo para lhe lavrar o marfim?".
 Não sei, não sei o que dizer ou que fazer! Vou falar com alguém da Nasa a ver se me ajuda!

segunda-feira, 10 de julho de 2017

The silence of the lambs

 Boas,

 No post de hoje, não vos falo de algo novo, de facto já falei antes sobre este assunto que tanto me incomoda neste post, que é o facto de não obter resposta quando falas para alguém, sendo totalmente ignorado.
 Só que face ao acréscimo de tráfego, característico desta altura do ano, este tipo de comportamento atingiu proporções criminosas, que fariam de Hannibal Lecter um menino de coro.


 No filme temos um psicopata que ajuda a lei a apanhar outro psicopata, enquanto isso arranja maneira de fugir. Tudo isto, dizendo tudo, sem nada dizer.
 Já na realidade temos psicopatas que entram em lojas remexem, tombam, estragam, desarrumam e não te respondem em situação alguma.
 Este fim de semana foi um prato cheio. Se as lojas fossem vinhas, diria que houve um ataque de míldio, porque não havia cabide que se aguentasse no sítio por mais de cinco minutos.
 Muitos de vocês podem pensar - "estás a ser ingrato! São eles que te colocam comida no prato" - não, não são, uma característica comum á sub-espécie humana "homus lecticae" - em Português "homem ninhadas" pois são ás resmas e não compram nada, é o facto de não acrescentarem valor, e sim destruirem valor, pois ocupam tempo do lojista, que lhes dedica minutos preciosos repetindo frases tipo-"posso ajudar";"em que posso ser útil" ou ainda "está á procura de algo em concreto?!"
 Sendo que a única resposta que o obtêm é um olhar ao estilo- " o que dizes?"," não percebo Aztecta".
 Por minha parte, gostava que por um momento, Hannibal fosse lojista, pois prato do dia não lhe faltava...

terça-feira, 4 de julho de 2017

Clifhanger

 Boas,

 Hoje não vos falo de retalho, falo-vos antes de algo que penso deve dar adrenalina. Ser político e tomar más decisões.
 Ultimamente o País tem sido fustigado por acontecimentos, uns mais trágicos do que outros, mas todos graves. 
 O ultimo episódio desta série é o roubo de material bélico Português, que terá como destino mais que provável, algumas organizações criminosas.
 Este triste episódio, onde á primeira vista fica manchado o exército Português, merece mais reflexão, pois como é do conhecimento público as forças armadas, sob pena de processos disciplinares internos e até processos civis/criminais, não podem fazer uso de força ou defender o posto que protegem. Isto porque alguns iluminados, com medo que o tacho não chegue para todos, foram retirando aos poucos o poder de resposta ás forças militares, como que Portugal fosse um Éden onde nada de mal acontece.
 É que, tal e qual como em Clifhanger, protagonizado pelo robusto Sly Stalone, em que uns tipos roubam uns milhões e existe um gajo que se pendura em penhascos que vai acabar por salvar o dia, parece que na política em Portugal se passa o mesmo. Uns tipos a roubar uns milhões, enquanto temos um exercito que qualquer dia se for preciso nos defende á pedrada pendurados em penhascos.



 A verdade, é que tal como as forças policiais, o exército faz parte da espinha dorsal de uma nação, serviu para a fazer e consolidar noutros tempos, para restaurar a democracia mais recentemente e no presente para nos lembrar de tudo isso e nos dizer - "Calma, se algo acontecer, podem contar connosco!" - podemos, como vimos no caso de Pedrógão Grande. Mas poderíamos muito mais se fossemos mais práticos e menos demagogos, sempre a querer por Portugal em bicos dos pés, antes de o calçar melhor.
 Que adianta ter saído do procedimento por défice excessivo se quatro polícias levam um coça de trinta marmanjos numa festa popular em Loures?
 Falta respeito, muito respeito e isso o Stalone tem que se farta...

segunda-feira, 3 de julho de 2017

The Hangover

 Boas,

 O post de hoje fala sobre o meu estado de espirito depois do primeiro fim de semana de saldos. Sim Os saldos começaram dia um de Julho e foi o fim do mundo em cuecas mais o diabo a quatro.
 Crianças a chorar, adultos a discutir, aves raras, reclamações, perguntas idiotas, expressões infelizes - you name it- os saldos trazem ao de cima uma parte do ser humano que está enterradinho no subconsciente e que despoleta como um fulminante, ao ponto de ensurdecer de tal forma que por mais alto, a única resposta que obtemos é o eco de uma parede humana.
 A ressaca de saldos, tal como no filme é todo um mundo novo em que acordamos e em que pensamos - "Uau! Eu trabalho aqui? Estava aqui ontem? Fui inoculado e sou o ultimo sobrevivente Homo Sapiens?


 Vocês podem estar a pensar que isto não é o mesmo que acordar em Bangkog com menos um dente, não de facto não é...mas não fica longe, fica até muito perto se pensarmos que abres a loja ás 10 da matina e és engolido por um casal, pelo mesmo casal que tinhas estado no dia anterior que parceiam uns Amish com medo da civilização ocidental, que agora te ameaçam de reclamação porque o calçado que tinham experimentado no dia anterior não tinha sido abrangido pelos descontos.
 Trabalhar num dia de saldos - mais concretamente um fim de semana de saldos - é o mesmo que te enfiarem nú e descalço em cima de sebo com dois Rotweillers famintos a cobiçarem-te as nádegas!
 Por isso o dia seguinte... o dia seguinte, se não te comeram o rabo... é uma nova realidade